Desenhar, cortar, colar, pintar. Essas atividades que fazem parte do desenvolvimento da criança são ainda mais especiais quando auxiliam nas habilidades de quem tem Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
A arteterapia, que une conceitos de arte e psicologia, é uma ferramenta poderosa para que o autista possa aprender a expressar o que sente, pensa e a maneira com a qual percebe o mundo ao seu redor. Mais que rabiscos ou recortes, a arte estimula a imaginação, a comunicação (verbal e não verbal), ajuda na conexão com pessoas e a lidar com questões sensoriais – como sons, luzes, cheiros e texturas, que costumam ser desafiadores para quem tem autismo.
Visando a importância desse trabalho, o CORA (Centro de Otimização para a Reabilitação do Autista) tem realizado, desde agosto de 2021, a Oficina Pedagógica de Alfabetização e Artes. A Avec, que apoia esse projeto há mais de dez anos, doou tintas, telas, colas, tesouras, giz de cera, lápis e papéis, entre outros materiais, para o início das aulas. Algumas dessas telas já ganharam vida e desenhos representando a primavera, a consciência negra e o Brasil. “Atividades que podem parecer comuns funcionam como uma ferramenta aqui. Somente quem precisa dessa ajuda sabe como o tratamento contribui para um melhor desenvolvimento do autista, sendo fundamental para o avanço da independência deles no cotidiano”, conta Michele Senra, presidente do CORA.
1 a cada 44 crianças pode ter autismo
O número de crianças até oito anos de idade com TEA tem aumentado ano após ano. Segundo pesquisa dos Estados Unidos, em 2004, 1 a cada 166 crianças apresentava autismo. Em 2012, era 1 a cada 88. Em 2020, 1 a cada 54. No último estudo em dezembro de 2021, um novo relatório: 1 a cada 44 e diagnósticos cada vez mais precoces.
Dados como esses podem, facilmente, representar a realidade mundial. Diante de pesquisas assim, não há como negar a necessidade de inclusão e adaptação dos conteúdos em salas de aula, bem como professores capacitados para isso. O CORA reconhece as dificuldades que as famílias têm em encontrar suporte em algumas escolas e oferece esse reforço e tratamento. Além da Oficina de Artes, as aulas de capoeira com o professor Léo Baiano também têm sido importantes para estimular o desenvolvimento dos alunos.
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